Mudança ocorreu depois de uma reclamação do time goiano. Furacão já protestou contra arbitragem em jogo contra a Ferroviária e Corinthians
A relação entre o Athletico e a arbitragem brasileira tem sido marcada por tensão e polêmicas ao longo de 2025. Em meio à disputa da Série B e à participação na Copa do Brasil, o clube paranaense esteve envolvido em uma série de episódios que colocaram em xeque a escalação e a atuação de árbitros designados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Após pressão, CBF troca arbitragem
O caso mais recente aconteceu neste sábado, véspera do confronto entre Atlético-GO e o Furacão, válido pela 30ª rodada da Série B. A partida seria apitada por Gustavo Bauermann, árbitro vinculado à Federação Catarinense, estado dos times Criciúma e Chapecoense, concorrentes diretos na briga pelo acesso, e sua origem no Paraná.
O time goiano protestou publicamente contra a escolha, alegando “perplexidade” e apontando possível conflito de interesses, já que clubes de Santa Catarina brigam diretamente pelo acesso. A postagem do Atlético-GO, posteriormente apagada, surtiu efeito. Horas depois, a CBF anunciou a substituição de Bauermann por Raphael Claus, árbitro FIFA de São Paulo. A decisão inédita mostrou como a pressão pública pode influenciar a entidade máxima do futebol brasileiro.
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Reações constantes do Athletico
Se de um lado o Atlético-GO foi protagonista da última polêmica, o Athletico também tem histórico recente de embates com a arbitragem. Em julho, após empate por 1 a 1 contra a Ferroviária, o diretor de futebol Eduardo Freeland classificou como “grotesco” o pênalti marcado contra a equipe e pediu o afastamento imediato e definitivo dos dois árbitros envolvidos: o de campo, Alisson Sidnei Furtado (TO), e o de vídeo, Antônio Magno Lima Cordeiro (CE).
Segundo Freeland, não havia imagem clara que justificasse a penalidade por toque de mão do lateral Dudu. “Esses árbitros não têm nível para atuar no futebol profissional”, afirmou, prometendo formalizar pedido à CBF para que ambos fossem excluídos das Séries A, B, C e D. O resultado deixou o Athletico, à época, fora do G-4 e inflamou ainda mais as críticas da torcida à condução da arbitragem.
No mês seguinte, na derrota por 1 a 0 para o Corinthians, pela Copa do Brasil, o técnico Odair Hellmann fez críticas ainda mais duras. O treinador afirmou que já esperava “problema” ao ver Wilton Pereira Sampaio escalado e relembrou situações passadas em que, segundo ele, teria sido prejudicado pelo mesmo árbitro, inclusive em um jogo na Arábia Saudita, quando comandava outro clube.
A partida também ficou marcada pela anulação de um gol do rubro-negro no segundo tempo, após revisão do VAR, por suposta falta na origem da jogada, decisão que aumentou a frustração do time e motivou Odair a questionar publicamente a imparcialidade e a escolha da CBF para o confronto. Suas declarações repercutiram nacionalmente, reforçando a narrativa de atrito constante entre o clube e a arbitragem.
Um padrão de insatisfação
Os episódios mostram que as reclamações não se restringem a lances pontuais. Há uma percepção, por parte do Athletico, de que erros de arbitragem têm influência direta nos resultados e, em alguns casos, chegam a levantar suspeitas sobre imparcialidade.
Para a CBF, a troca de árbitro no jogo contra o Atlético-GO representou uma tentativa de evitar desgaste maior em uma reta final decisiva da Série B. Mas a decisão também escancarou um dilema: até que ponto a pressão de clubes pode interferir na condução da arbitragem?
Em um cenário de disputa acirrada pelo acesso à Série A, as críticas públicas também cumprem papel estratégico. Ao questionar escalas e decisões, clubes e técnicos buscam não apenas defender seus interesses, mas também construir narrativas que ressoem com a torcida. O ano de 2025 ainda reserva confrontos decisivos para o Furacão. E, ao que tudo indica, os embates dentro de campo continuarão dividindo espaço com uma batalha paralela: a da credibilidade da arbitragem.