Levantamentos internacionais revelam que o Athletico é o clube brasileiro que mais gerou receita líquida com transferências nos últimos cinco anos
O Athletico Paranaense segue acumulando marcas que reforçam sua reputação no futebol global. De acordo com o CIES Football Observatory, o Furacão foi o clube brasileiro com maior lucro líquido no mercado de transferências entre 2021 e 2025, registrando 76 milhões de euros no período, algo próximo de R$ 470 milhões na cotação atual.
O desempenho não é apenas destaque interno: o clube figura em 27º lugar no ranking mundial, superando diversas equipes tradicionais da Europa e sendo o sul-americano mais bem colocado do levantamento recente.
Os números confirmam uma tendência que já se tornou rotina na Baixada: o Athletico construiu um modelo que forma, desenvolve e negocia jogadores como poucos no país e transforma isso em resultado financeiro real.
LEIA TAMBÉM:
Vendas que movimentaram o mercado
Parte dessa liderança se explica pelo peso de algumas transferências históricas. O top 5 de vendas do Furacão no período é impressionante:
- Vitor Roque: cerca de R$ 212 milhões pagos pelo Barcelona.
- Bento: por volta de R$ 107 milhões, negociação que entrou para a lista das maiores vendas de goleiros da história do Brasil.
- Abner: aproximadamente R$ 38,5 milhões.
- Agustín Canobbio: estimados R$ 37 milhões.
- Vitinho: cerca de R$ 36,8 milhões.
Somadas, essas transações já explicam grande parte do salto financeiro do clube, mas elas representam apenas a ponta do iceberg de um processo contínuo de compra inteligente, lapidação esportiva e venda estratégica.
Gestão rígida: gastar pouco, vender muito, fechar no azul
Enquanto lucra alto, o Athletico mantém outro pilar que sustenta sua posição: a disciplina nos gastos. Entre 2021 e 2025, o clube investiu cerca de 22 milhões de euros em contratações, algo em torno de R$ 136 milhões, valor muito inferior ao montante arrecadado.
A diferença gera um saldo extremamente positivo, que se soma ao desempenho administrativo: o Furacão encerrou 2024 com superávit de R$ 23,4 milhões, mantendo um impressionante 11º ano consecutivo no azul.
No futebol brasileiro, onde déficits milionários são comuns até entre gigantes, a consistência atleticana se torna ainda mais relevante.
Mais que números: o modelo que sustenta o Furacão
O Athletico vem colhendo os frutos de um sistema construído há mais de uma década:
- Captação e formação de talentos com estrutura de primeiro mundo.
- Processo rígido de avaliação de contratações, reduzindo riscos.
- Aproveitamento esportivo antes da venda, o que aumenta valor e visibilidade.
- Negociação firme com clubes europeus: o clube raramente aceita ofertas abaixo do que considera justo.
Esse conjunto faz o Athletico se manter competitivo dentro de campo e, ao mesmo tempo, gerar caixa como poucos no continente.
Comparação nacional: vantagem larga
No recorte analisado pelo CIES, o Botafogo aparece na segunda posição entre clubes brasileiros, com 49 milhões de euros de lucro, aproximadamente R$ 300 milhões.
Ou seja: o Athletico teve um desempenho cerca de 1,5 vez maior que o concorrente nacional mais próximo.
Na prática, o Furacão se consolidou como o principal exportador lucrativo do país, tomando a liderança que por anos pertenceu a clubes como Santos, São Paulo e Flamengo.
O que isso significa para o futuro
A vantagem financeira do Athletico não é apenas um dado de ranking, ela cria um cenário estratégico mais robusto:
- Maior autonomia na montagem de elenco.
- Menor dependência de receitas tradicionais do futebol brasileiro.
- Capacidade de investimento em estrutura, base e inovação.
- Redução de risco em momentos de queda esportiva ou oscilações de receita.
Se mantiver esse ritmo, o Athletico tende a se estabilizar como um dos clubes mais sustentáveis do continente, combinando futebol competitivo com finanças sólidas, algo raro na América do Sul.
Entre 2021 e 2025, o Athletico não apenas liderou o mercado da bola no Brasil: ele se consolidou como um dos clubes mais eficientes do mundo em lucros com transferências. Com quase meio bilhão de reais gerados no período, superávits consecutivos e uma política esportiva bem definida, o Furacão reforça que sua ascensão não é obra do acaso.