Desde 24 de outubro de 1977 apoiando o Athletico, Torcida os Fanáticos completam 47 anos de apoio incondicional ao rubro-negro
A torcida Os Fanáticos fazem 47 anos de fundação nesta quinta-feira (24), principal organizada do Athletico que na boa ou na ruim sempre esteve com o Furacão.
Fundada com o intuito de não deixar o Athletico sem apoio vindo das arquibancadas após o fim do Esquadrão da Torcida Atleticana (ETA), cinco atleticanos — Mauro Merlin, Nelson Rosário, José Carlos Belotto e Marcos Mattos — deram início à maior organizada do estado do Paraná. Foi no dia 24 de outubro de 1977, no Couto Pereira, diante do Brasília, que a torcida fez sua estreia com poucos materiais, mas muita paixão pelo Athletico. A estratégia para conseguir membros na época era abordar cada pessoa que entrasse no estádio ou passasse pela praça do Athletico e convidá-la a se juntar à torcida.
Ainda no final dos anos 70, os fundadores José Belloto e Marcos Mattos foram ao Conselho Deliberativo do Athletico pedir ajuda na compra de instrumentos. Com o dinheiro arrecadado, fizeram 30 bandeiras e ganharam o apoio do presidente da época, Antônio Sérgio Guimarães, que pediu aos conselheiros que ajudassem a torcida recém-criada com materiais, doando uma charanga. Na mesma época, foi lançada a primeira camisa, em preto com detalhes vermelhos, com o nome da torcida escrito nas costas.
Nos anos 80, os torcedores não recebiam ingressos gratuitos porque não eram reconhecidos pelo clube e pela imprensa esportiva. No entanto, diz-se que algumas pessoas que trabalhavam na entrada da Baixada permitiam que alguns membros entrassem sem pagar pelo portão lateral das roletas, com o “consentimento” do diretor atleticano Hailton Fantinato, um dos primeiros a apoiar a Fanáticos. Muitas vezes, os membros da torcida organizada nem apareciam ou chegavam tarde devido a dificuldades financeiras, e pessoas nas arquibancadas eram chamadas para ajudar, mesmo sem experiência com instrumentos. Clube e a torcida começaram a dialogar para que o grupo tivesse uma sala na Baixada para guardar faixas, bandeiras e instrumentos, conquista apoiada pelo atleticano Rui Carlos Ribeiro, um dos fundadores do ETA e administrador do clube na época. Em 1985, surgem três feitos da torcida que são lembrados até hoje: a adoção da caveira como símbolo, o lema “Atletico até a morte” e a mudança do Athletico para o Pinheirão. Mesmo após deixar o até então Joaquim Américo, vários membros da Fanáticos continuaram a manter as arquibancadas limpas. Enquanto diretores e conselheiros debatiam os projetos, a torcida cuidava do estádio do clube.
Na década de 90, a TOF liderou um movimento contra o Pinheirão e clamou pelo retorno à Baixada. O estádio era considerado desconfortável, e os atleticanos não se sentiam em casa, diferentemente do que viviam no Joaquim Américo. A insatisfação com o Pinheirão resultou em um novo manifesto dos torcedores, expressando seu descontentamento em relação à Federação Paranaense de Futebol e à diretoria do clube, sob a presidência de José Carlos Farinhaque. Com o Athletico de volta à primeira divisão do Campeonato Brasileiro, a adesão dos torcedores à causa cresceu; quanto mais insistiam na luta, mais pessoas se uniam ao movimento contra o Pinheirão. O grito “Baixada já” ressoava forte nas arquibancadas. O empenho da torcida rendeu frutos em 1992, quando foram iniciadas as reformas do antigo Joaquim Américo, que havia sofrido com o tempo em que esteve fechado. O presidente Farinhaque demonstrou coragem e determinou avanços, contando com o apoio do governo do Estado. É importante lembrar que, nesse período, a Fanáticos organizou uma campanha para arrecadar materiais de construção e conseguiu reunir 8.000 tijolos para a realização da reforma. No dia 15 de junho de 1995, foi inaugurada a sede da Torcida Organizada Os Fanáticos. O evento contou com a participação de diversos membros da imprensa esportiva, diretores do Athletico e jogadores do time.
Já em 2001 com o Athletico alternando entre as primeiras posições, a equipe garantiu sua classificação para os mata-matas do Campeonato Brasileiro com seis partidas de antecedência, mantendo uma sequência de 12 jogos sem derrota. Terminando em segundo lugar, o time rubro-negro assegurou vantagens para as etapas seguintes e se preparou para enfrentar o São Paulo nas quartas de final. A torcida atleticana surpreendeu a todos, incluindo a mídia nacional, ao acampar por noites em filas que contornavam o estádio, tudo para garantir seu lugar e assistir aos próximos jogos. E o time correspondeu às expectativas. No duelo contra o Fluminense, embora tenha começado em desvantagem, Alex Mineiro brilhou, anotando três gols e garantindo a passagem do Athletico para a final. Para essa partida, mais de 30 mil ingressos foram vendidos em menos de três horas. O som ensurdecedor da torcida fez toda a diferença: o Athletico venceu por 4 a 2 em uma partida memorável para a nação rubro-negra. Novamente, a torcida demonstrou sua força, sendo reconhecida como a mais vibrante e apaixonada do Brasil.
Esse amor se manifestou com o anúncio de que a Arena da Baixada receberia a Copa do Mundo de 2014, quando a torcida se mobilizou para defender o Caldeirão de protestantes que iam em direção ao estádio. no mesmo ano apoiou na Vila Capanema a melhor campanha do rubro-negro na era dos pontos corridos. Chegando aos anos de glória do clube, a torcida esteve presente na final da Copa Sul-Americana de 2018, batendo o recorde de público que até então era do Paraná Clube, com 40.263 torcedores presentes, sendo assim o Athletico o mandante de maior publico nos três maiores estádios de Curitiba no Couto Pereira na partida contra o Flamengo em 1983, com 67.391 pessoas e Vila Capanema no Athletico x Santos em 1968 com 24.303 torcedores.
Em 2024, a TOF foi a principal organizadora de eventos para torcedores. Enquanto o clube realizou um evento fechado, a torcida promoveu um jantar com ídolos do passado e organizou a festa da “Virada para o centenário” na noite do dia 25 até 00h do dia 26 de março, com a presença da bateria, bandeiras e milhares de torcedores.