2021 foi o ano do domínio brasileiro sem precedentes no futebol da América do Sul

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Finais continentais serão 100% brasileiras nesta temporada

Neste ano haverá, pela primeira vez na história, finais da Libertadores e Sul-Americana com equipes do mesmo país, e todas são brasileiras!

A Copa Sul-Americana será disputada pelo Athletico Paranaense e o Red Bull Bragantino no dia 20 de novembro, no estádio Centenário de Montevidéu. Também na capital uruguaia, mas uma semana depois, dia 27, o atual campeão Palmeiras enfrenta o Flamengo na decisão da Copa Libertadores, demonstrando assim o domínio absoluto do futebol nacional nas últimas temporadas das competições organizadas pela CONMEBOL.

Copa Sul-Americana

Criada em 2002, a segunda maior competição sul-americana a nível de clubes teve apenas um precedente de final entre times da mesma nação. No ano passado, em 2020, houve o duelo entre Defensa y Justicia x Lanús, ambos da Argentina.

Com a classificação para a final de Montevidéu, o furacão selou um “poker” inédito: quatro times do mesmo país, na mesma temporada, disputando pelos títulos internacionais. Com isso, a ilusão dos vizinhos argentinos, paraguaios e uruguaios de retornar à alguma decisão na elite do futebol foi literalmente por água abaixo. O Athletico-PR, com disciplina tática e vocação defensiva vai em busca do segundo troféu da competição, após a vitória de 2018 contra o Junior Barranquilla, na Colômbia.

A preparação para essas finais vem sendo intensa por parte das equipes, que seguem disputando um Campeonato Brasileiro muito equilibrado. Além do condicionamento físico, a disciplina mental é fundamental nesse período de fim de temporada. Cuidar-se é essencial e zelar pela boa alimentação é importante para atingir uma melhor concentração e desempenho. Todos esses fatores devem ser prioridade máxima para os clubes que desejam ser campeões.

Copa Libertadores da América

Se falamos apenas de Libertadores, há quatro precedentes para finais disputadas entre times do mesmo país. Elas ocorreram em 2005 (com a vitória do São Paulo sobre o Athletico Paranaense), em 2006 (o Internacional derrubou o São Paulo), em 2018 (com o River derrotando o Boca na decisão atípica realizada em Santiago Bernabéu) e, a mais recente, em 2020, com o Palmeiras vencendo o Santos no Maracanã.

Vale lembrar também que entre 2007 e 2018, a CONMEBOL tinha um sistema implantado que praticamente forçava plantéis do mesmo país a se enfrentarem antes da grande decisão. Mas quais fatores foram determinantes para o sucesso dos brasileiros nesse ano?

Primeiro, o tempo da competição foi alterado para um ano, em vez de ser espremido em apenas seis meses, como acontecia antigamente (de fevereiro a julho). O alongamento do torneio torna menos suscetível a possibilidade de que equipes menores cheguem à final, como o Independiente Del Valle fez em 2016. Uma competição mais longa significa vantagem para elencos mais recheados.

Também significa que os mais ricos podem se fortalecer durante a Libertadores, enquanto os mais pobres têm maior probabilidade de vender seus principais atletas. No resto da América do Sul, é comum ouvir comentários de que a CONMEBOL prefere ou ajuda os brasileiros, mas a grande verdade é que clubes tradicionais do continente como Peñarol, Boca Juniors, River Plate, LDU, Racing e Colo Colo, atualmente não investem e nem podem, do ponto de vista financeiro, montar grupos mais fortes.

Com alguns gigantes do futebol, como Flamengo, Atlético-MG e Palmeiras finalmente resolvendo suas finanças antes complicadas e contando com uma cota maior vinda da televisão e de patrocínios oferecidos no Campeonato Brasileiro, o poderio financeiro do futebol brasileiro ficou ainda mais distante dos seus vizinhos. De acordo com o Transfermarkt, site especializado em avaliação de jogadores de todo o mundo, os clubes nacionais tiveram 7 dos 10 times mais valiosos na Libertadores de 2021.

Com um domínio tão amplo, a próxima pergunta a ser feita (e ainda sem resposta) é: por quanto tempo conseguiremos ser capazes de ficar no topo? A resposta é incerta, porém, atualmente, mesmo os dois gigantes que dominaram o futebol sul-americano nas primeiras duas décadas deste século — Boca Juniors e River Plate — parecem incapazes de competir com as maiores equipes do nosso país.

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