25 anos de renascimento

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Pelos 5x1 daquele 16 de abril de 1995, obrigado ao Coritiba e a Mário Celso Petraglia

Se o aniversário do Athletico é no dia 26 de março, podemos dizer que o segundo aniversário do Clube é 20 dias depois, em 16 de abril. Nesta data, em 1995, o Furacão era humilhado dentro de campo pelo Coritiba, em um dos clássicos mais marcantes da história dos rivais. Para o alviverde, o clássico é marcante pelo resultado de 5 a 1, uma das maiores goleadas em quase 100 anos de história do confronto. Para o rubro-negro, a partida marca o renascimento do maior clube do Estado!

 

Com 9 anos de idade, lembro que não fui ao jogo, mas lembro claramente de ouvir a partida no rádio com meu pai, passeando por Curitiba no Fusca que me deu o apelido hoje em dia. Não lembro dos meus sentimentos, mas lembro que meu pai não desistiu de ouvir os 90 minutos daquela partida em um sentimento que para ele parecia surreal. Ele acompanhou o Athletico desde que chegou em Curitiba, no final dos anos 50, e para ele perder dessa forma pro Coxa era inaceitável. E foi assim até ele ter partido, em setembro de 2016.

 

O sentimento não era único. Mas algumas pessoas poderiam fazer algo. E uma foi a principal pelo “soco na mesa”. Nessa data, independente das diferenças, é preciso agradecer a Mário Celso Petraglia, que foi e ainda é o timoneiro de toda a mudança que aconteceu de lá pra cá. É preciso agradecer também a Ênio Fornea, Ademir Adur, João Fleury da Rocha, José Henrique de Farias, Ademir Gonçalves, Eliomar Ribeiro, José Carlos Farinhaki, Hélio Drabeski e Edilson Thiele que formaram o Conselho Gestor que passaram a transformar o Furacão. Muitos desses nomes – e outros não menos importantes – participaram ativamente do Clube até o titulo brasileiro de 2001. Mas Petraglia, que era um “simples” conselheiro do Athletico, é quem puxou o movimento de transformação.

 

Saímos da condição de um clube de bairro e estamos caminhando para ser um dos grandes da América do Sul.

 

O Atlético Paranaense (sem H) passou a ser administrado como uma empresa. Dívidas foram saneadas. O Clube que treinava no antigo PAVOC (hoje o parque de São José dos Pinhais ao lado do portal da cidade) adquiriu o terreno do CT do Caju e lá fez seu refúgio. A Velha Baixada, que dá saudades a todos que já frequentaram, deu lugar a Arena da Baixada, maior e mais potente para a nação rubro-negra que lotava sua casa e tornava o time praticamente invencível.

 

Vieram os títulos da Seletiva 99, do histórico Campeonato Brasileiro de 2001 e o domínio no Paraná era colocado na mesa com o nosso tri-campeonato inédito entre 2000 e 2002… Batemos na trave no Brasileirão 2004 e na Libertadores 2005 com times que tinham o DNA rubro-negro da época: velocidade, letalidade e raça, muita raça.

 

De 2018 pra cá, tá tudo muito fresco na nossa memória. Mas podemos afirmar que estamos dando o salto dentro de campo que todos esperávamos desde que nossas estruturas ficaram prontas. No futebol nem todos vamos concordar com as decisões tomadas pela diretoria. Porém, ao olhar pra trás – e não é um passado tão distante assim -, constatamos que o céu não é o limite para o Furacão. Enquanto o Coritiba ficou com este resultado para tirar sarro por uns anos, nós nos reconstruímos, nos reinventamos dentro e fora de campo e ultrapassamos com folga nosso rival de Páscoa.

 

O que poderemos esperar quando falarmos de 50 anos dessa data, em 2045?

 

ps1: Alguém ainda duvida que o Athletico continuará evoluindo após esses 25 anos de renascimento?

ps2: Senão fosse este jogo, a história do Furacão seria totalmente diferente. Se fosse 1 ou 2×0 pro rival, continuaria sendo totalmente diferente. Achei que nunca diria isto, mas: obrigado Coritiba!

 

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