A importância da Recopa

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Ganhar essa taça continental pode colocar o Furacão no hall dos grandes da América

De algumas semanas pra cá, quando tenho a oportunidade de falar com algum torcedor rubro-negro eu logo pergunto: “E a Recopa?”. As respostas são as mais variáveis possíveis, mas num geral percebo que o atleticano ainda não absorveu a importância dessa competição pra história do Clube. Passa longe de ser um torneio amistoso e deveria estar tendo um caráter igual ou até mais importante que a final da Sulamericana. A Recopa pode colocar o Athletico no hall dos grandes da América do Sul!

 

Pra falar da Conmebol Recopa temos que conhecer um pouco mais a história da competição. Ela começa em 1989 com o Nacional (campeão da Libertadores 88) batendo o Racing e vai até 1998. De 1999 a 2002 a competição não ocorreu. Voltou em 2003, mas adotou o formato atual somente a partir de 2005, com jogos de ida e volta e decisão na casa do campeão da Libertadores. De lá pra cá, apenas quatro times que venceram a Copa Sulamericana conseguiram levantar a taça: Boca Juniors por duas vezes, LDU de Quito e o próprio River Plate de Marcelo Gallardo, em 2015.

 

Apenas Gallardo e o também argentino Alfio Basile conseguiram ganhar a Sulamericana e a Recopa em sequência, fato que pode ser alcançado por Tiago Nunes, que seria o primeiro brasileiro na história a conseguir o feito. Somente sete dos nossos rivais nacionais ergueram este caneco na história, sendo cinco no novo formato (Internacional por duas vezes, Santos, Corinthians e Atlético Mineiro). Na Argentina, de 2005 pra cá, somente duas equipes conseguiram levantar a taça: Boca Juniors (três vezes) e River Plate (bicampeão).

 

Ter duas taças continentais na prateleira é algo para poucos no continente. Vencer o poderoso River Plate então é realmente para raros. Nos últimos 22 jogos, a equipe de Marcelo Gallardo só perdeu dois. Um foi com o time reserva, no meio de dois jogos da Libertadores; a outra foi para o Atlético Tucumán, por 3 a 0, na Copa da Superliga Argentina. E olhe que na volta a equipe millonaria aplicou 4 a 1 e ficou de fora por detalhe.

 

Como conjunto, a equipe do River é até mais complicada do que a do Boca Juniors. O time de Nuñéz tem o DNA de seu treinador. São 11 bons jogadores, alguns de suas seleções nacionais, mas a estrela do time é Marcelo Gallardo. Desde 2014, o técnico acumula pelo menos um troféu continental na estante e já venceu duas vezes a Recopa. Mesmo sem Juan Quintero e Ignacio Scocco, lesionados, o River tem ótimas peças como o goleiro Franco Armani, os meias De La Cruz, Exequiel Palacios e Enzo Pérez e o atacante Lucas Pratto. O time é entrosado e joga sob o tom do maestro que fica fora das quatro linhas.

 

O desafio de encarar esse River Plate supera qualquer um da nossa campanha na Sulamericana. A procura por ingressos já deveria estar esgotada, mas estamos longe disso ainda. Por isso fica o apelo para você, atleticano, que pode ir à Baixada: simplesmente vá e torça demais! Teremos uma bela festa com Mosaico Furacão, execução de hinos pela banda do Exército e muita coisa boa antes da partida começar. Ganhar essa competição pavimenta ainda mais o caminho de sucesso continental que o Athletico começou a ter em 2018 – e esperamos que não tenha previsão pra acabar.

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