À procura do ritmo de jogo

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Após estrear, elenco principal terá a missão de entrar no ritmo dos adversários em 20 dias

Ontem (13) foi dia de matar as saudades da Baixada e ver o elenco principal de Tiago Nunes em campo. A festa para receber os campeões da Sul-americana 2018 foi discreta. Apesar da promoção de ingressos, menos de 10 mil pessoas foram ver o amistoso entre Athletico e General Díaz, com vitória rubro-negra por 2 a 1. Oficialmente, o Furacão iniciará sua principal temporada da história no dia 5 de março. Terá seis decisões de peso até maio e terá que atingir a perfeição física muito antes das últimas temporadas caso queira seguir em frente em um dos “grupos da morte” da Libertadores 2019.

 

A experiência rubro-negra em esticar a pré-temporada do elenco principal e deixar os aspirantes iniciarem o Campeonato Paranaense iniciou em 2013. Com Ricardo Drubscky no comando e Paulo Baier em campo, o Athletico iniciou na Copa do Brasil apenas no dia 3 de abril contra o Brasil de Pelotas. Vencemos as duas partidas. No dia 9 de maio, entramos pela terceira vez em campo contra o América-RN. Ali Ederson iniciou sua temporada perfeita e goleamos por 6 a 2. Com apenas três jogos oficiais, o Furacão iniciou o Brasileirão no dia 26 de maio perdendo pro Fluminense. Fomos vencer pela primeira vez apenas na quarta rodada, em um jogo maluco, contra a Ponte Preta (vitória por 4 a 3 fora). Sem padrão de jogo e com muitos problemas defensivos, Ricardo Drubscky foi demitido na sexta rodada. O Furacão só foi embalar mesmo em agosto, após uma pausa pra Copa das Confederações, e com Vagner Mancini no comando.

 

2014 já iniciamos na pré-Libertadores, mas em um time com Miguel Ángel Portugal, Cleberson, Paulinho Dias, Bruno Mendes e companhia, definitivamente o problema não era a condição física. Em 2015, a equipe de aspirantes foi uma das piores que tivemos e o principal foi à campo na sexta rodada do Paranaense, no dia 26 de fevereiro. A equipe comandada por Claudinei Oliveira, completamente sem ritmo de jogo e que fez uma pré-temporada na Marbella Cup, perdendo pra um time de Angola na primeira partida do ano, acabou no Torneio da Morte.

 

Em 2016, a equipe principal estreou em campo. A utilização dos aspirantes era muito criticada na época e o resultado apertado nas eleições obrigaram a única mudança nesse planejamento nos últimos seis anos. Com Weverton, Paulo André, Thiago Heleno, Hernani, Otávio e Walter, o Furacão conquistou facilmente o Paranaense atropelando o Coxa nas finais.

 

No ano seguinte já iniciamos na Libertadores, no dia 1° de fevereiro, contra o Millonarios. Tínhamos feito apenas um amistoso contra o Peñarol. Disputa acirrada que só foi decidida nos pênaltis, com o time claramente cansado na segunda etapa na altitude de 2.640m de Bogotá. A classificação na próxima fase também foi de forma dramática. No quarto jogo do ano, no dia 22 de fevereiro, o Furacão bateu o Capiatá por 1 a 0 fora de casa, após empatar por 3 a 3 na Baixada contra uma equipe que já vinha com seis jogos disputados no ano e de uma pausa que só aconteceu antes do Natal no campeonato vizinho. O time adversário não era bom, mas era entrosado e tinha ritmo de jogo. No dia 7 de março, na estreia da fase de grupos, empatamos com o Universidad Católica em casa. Vencemos o San Lorenzo na semana seguinte e, com o intervalo de um mês, até a terceira rodada, o time principal entrou em campo no Paranaense para ganhar a intensidade necessária.

 

O ano passado está mais fresco na memória do torcedor. No dia 30 de janeiro, o time comandado por Fernando Diniz, entrou em campo contra o Caxias. Não foi um jogo fácil e o Athletico passou por conta da vantagem de empatar fora de casa. O time voltou à campo dia 21 de fevereiro e quase a zebra passou pela Baixada. O Tubarão fez um jogo duríssimo, esteve perto da vitória e o rubro-negro suou pra vencer por 5 a 4. Na outra semana, o Athletico já jogou contra o Ceará e teve que se defender durante boa parte da partida, após expulsão de Thiago Heleno. Passou de fase nos pênaltis, na volta. A boa fase de Diniz só foi aclamada em 12 de abril, no sexto jogo da temporada, contra o Newell’s Old Boys. Vitória por 3 a 0.

 

Nos últimos anos, a média de partidas até o time ter intensidade nos 90 minutos tem sido entre 6 e 7 jogos oficiais. Em 2019 o Furacão não poderá ter esse luxo. No dia 5 de março, o primeiro desafio oficial da temporada já é contra o Tolima – time que venceu o turno do Colombiano no ano passado, só foi parado pelo nosso conhecido Junior Barranquilla nas semifinais do mata-mata e chegará com 10 jogos oficiais disputados no ano. Um time extremamente veloz e com jogadores capazes de fazer a diferença como o atacante Marco Perez.

 

Aí vem a sequência em casa, com três jogos e nenhuma possibilidade de perder pontos. Nos dias 14 e 26 de março e 9 de abril, o Athletico enfrenta Jorge Wilstermann, Boca Juniors e Tolima na Baixada. Se já tiver pontuado na Colômbia, excelente. Em caso de perder pontos no Caldeirão, o drama aparece. O terceiro jogo oficial do ano é contra o Boca, uma das melhores equipes da América e vice da Libertadores 2018. A boa notícia é que estaremos em Data FIFA e os xeneizes devem ter desfalques como Nandéz, Benedetto e Pavón. A má é que até lá a equipe, com técnico e reforços novos até então, já terá feito 14 jogos na temporada. Tempo mais que suficiente de entrosamento.

 

Não temos seis ou sete jogos pra atingir o potencial máximo nessa temporada. Mas temos técnico e entrosamento entre a maioria dos nossos atletas. Marco Ruben ontem já mostrou sua credencial e precisa estar adaptado o mais rápido possível nesse time. Não precisamos de um ou dois gols dele na Libertadores. Teremos que ir por mais. O mesmo das assistências de Tomás Andrade, da velocidade de Braian Romero, da versatilidade no meio de Léo Cittadini e da reposição com Madson. O grupo campeão de 2018 precisa abraçar rapidamente os novos reforços para que não tenhamos dificuldades logo após conquistar a taça continental inédita. Provamos do gosto e queremos mais!

 

Meu palpite? Esse time estará voando contra o River na Recopa Sul-Americana, ao final de maio. #ANTIZIKA!

 

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