Presidente em exercício do Athletico comentou mudanças estruturais, acordo tripartite e valores da venda dos naming rights
“Mário Celso Petraglia está à frente do Athletico Paranaense. Tenho certeza que vamos comemorar 100 anos de Atheltico e 80 de Petraglia, à frente do Athletico.” Foram as palavras de Aguinaldo Coelho de Farias, presidente em exercício do Furacão, quando perguntado sobre a situação de Mário Celso Petraglia, em coletiva de imprensa do anúncio que tornou o estádio rubro negro em Ligga Arena.
“Toda parte estratégica do clube ainda é direcionada por Petraglia, e será ainda por muitos anos. O que tem é um comitê gestor muito ligado ao projeto, estou com Márcio Lara, Rodrigo [Gama], [Fernando], Volpato. O projeto não muda, Petraglia teve um período à frente do clube e tirou um pouco o pé do acelerador. Muito em breve ele retornará e o projeto continua da mesma forma.“
De Farias, sobre gestão do Athletico e volta de Petraglia, em coletiva
O CEO da Ligga Telecom, Adeodato Volpi Neto, confirmou participação de Petraglia na negociação da venda dos naming rights, e, quando perguntado sobre uma possível participação da empresa em gestão, ou investimento no futebol por meio da compra da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) atleticana, Volpi Neto negou: “A ligga tem zero pretensão de se envolver em gestão, ou decisão, em SAF.”
Outra parte em que a empresa, por meio de Volpi Neto, negou participação, será na estrutura da Arena da Baixada, agora Ligga Arena. O CEO comentou pedido da torcida pela mudança de cor das cadeiras, mas deixou a cargo do Athletico qualquer tipo de alteração, mesmo que tenha garantido pequenas diferenças:
“O naming rights trará uma identificação visual de Ligga Arena, isso passa não só pela fachada, mas também pelas sinalizações menores dentro do estádio, sem descaracterizar em nada o que o Athletico acredita ser melhor.”
Outra mudança estrutural pedida pela torcida do Furacão é a melhora na conexão de Wi-fi, tratada como difícil por Volpi Neto, que garantiu esforços para melhora:
“Colocar 25-30 mil pessoas conectadas é muito complexo. A gente tem a maior vontade do clube de entregar isso e a melhor tecnologia disponível no país dentro da nossa empresa. Começou uma força tarefa para buscar a solução ideal, as lanchonetes provavelmente serão os primeiros pontos percebidos pelo torcedor como um avanço importante. Conectar do lado de dentro da Arena é o que vamos buscar.”
Aguinaldo Coelho de Farias comentou acordo tripartite, valores da venda e utilização da Ligga Arena para eventos
Os naming rights da antiga Arena da Baixada foram vendidos por R$200 milhões pagos em período de 15 anos pela Ligga Telecom, em tempo de contrato prorrogável, segundo De Farias. O presidente do conselho deliberativo atleticano e presidente em exercício do clube disse estar feliz com a negociação:
“Entendemos que houve uma boa situação das duas empresas e os valores que nós chegamos nos deixam muito contentes. O importante não foi só o lado financeiro, foi agregar a marca da Ligga junto da do Athletico. É um contrato de 15 anos, mas acredito que será renovado por muitos e muitos anos.”
O atual presidente ainda prometeu que eventos realizados na Ligga Arena, dita multiuso, não atrapalharão as datas importantes da temporada do futebol – em 2017, Furacão jogou o jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores, contra o Santos, na Vila Capanema, por influência dos jogos do mundial de vôlei, então disputados na Arena da Baixada:
“O futebol utiliza a a Arena multi-eventos em 35-40 dias por ano. Sobrará espaço para novos eventos. A grama sintética e teto retrátil proporcionam que tenhamos novos eventos, sem atrapalhar o futebol. O futebol ainda é a premissa do Athletico, isso não abrimos mão.”
A Vila Capanema também foi utilizada durante a reforma do Joaquim Américo Guimarães para a Copa do mundo de 2014. Desde então dívida é negociada entre Athletico, prefeitura de Curitiba e governo do Estado do Paraná e Furacão tenta divisão do pagamento em acordo que envolve as três partes – tripartite.
Ponto foi mencionado durante a entrevista, e De Farias atestou que conflito tem relação, mas não afeta a venda dos direitos de nomeação:
“O planejamento do Athletico desenvolve vários projetos. O acordo tripartite faz parte do projeto de estruturação da Arena e desde seu início, mesmo que em situação judicial, o Athletico nunca se furtou ao diálogo e é o que vamos fazer no judiciário. O acordo tripartite não impacta no naming rights, são projetos interligados, mas independentes.”