Dirigente ainda negou saber de proposta por Felipão: 'conversei com ele hoje, não falou nada comigo'
“Que ele tenha vida longa aqui” foi uma das frases escolhidas por Alexandre Mattos, quando perguntado se Vitor Roque deixará o Athletico com a abertura da janela de transferências internacional, em julho. O CEO de futebol e negócios do Furacão ainda negou saber de qualquer proposta para que Felipão deixe o clube, e falou sobre Paulo Turra: “ele tem ideias diferentes”.
Que ele tenha vida longa aqui, e que na hora certa ele siga os caminhos naturais na carreira dele. Estamos cuidando dele, evoluindo, ele já vem fazendo movimentos no campo que não fazia. É inevitável sua ida pra Europa, e sua passagem no Athletico, foi… será, quando terminar, tomara que demore ainda, fantástica para o clube.
Alexandre Mattos, sobre Vitor Roque
Em entrevista ao jornalista André Hernan, Mattos se manteve no tópico de possíveis saídas e confirmou que, para ele, nada que falasse sobre Felipão deixar o clube chegou: “Conversei com ele hoje, não falou nada comigo.” Reportagem do jornal Estado de São Paulo noticiou que seleção do Oriente Médio faria proposta para que o, hoje, diretor a treinasse até a Copa do Mundo de 2026.
O empresário de Felipão, abordado pela imprensa, negou. Como reportado pela Trétis, apenas Bahrein e Omã estão livres de comando e se encaixam nas pistas dadas pelo Estadão – país nunca disputou uma Copa do Mundo. Mattos atestou que Scolari está tranquilo na nova função de diretor de futebol:
“Acima de tudo, Felipão está muito em paz, gosta do clube, da cidade. Ele tá se dedicando muito nessa nova função, é um exemplo para todos nós. Não tocou no assunto comigo.”
Responsável pelo protagonismo
Ainda sobre transferências, principal função de Alexandre Mattos no Furacão, dirigente detalhou conversa em que o presidente do clube, Mário Celso Petraglia, colocava em sua alçada as possibilidades para tornar o Athletico um protagonista no futebol brasileiro:
“O Athletico nunca parou e falou “vou comprar um jogador”, comprava uns de 500 mil, 300 mil. Mas o Athletico sempre formava seus jogadores aqui e vendia, nunca foi de investir em atletas. Na minha vinda ele [Petraglia] falou “fiz três etapas do meu plano.” Agora é o protagonismo, o investimento no futebol, e foi aí que surgiram Vitor Roque, Canobbio, Fernandinho, Alex Santana, mas tudo dentro da sua organização, nunca extrapolando nada.”
Mattos contou também que a contratação de Vitor Roque, mais cara da história do clube, foi exceção nesse processo, mesmo na era do investimento. Na época, Furacão pagou 24 milhões de reais na contratação do então jogador de 17 anos, valor de sua multa rescisória no Cruzeiro.
Por essa transação, Mattos recebeu críticas pessoais em nota oficial divulgada pelo Cruzeiro, que alega que o diretor utilizou de informações internas do clube – em que trabalhou até 2014 e tinha acordo verbal para voltar em 2022, mas teve veto de Ronaldo – para aproveitar de brecha contratual de Roque.
Processos na justiça ainda correm entre Athletico e Cruzeiro
Clube mineiro tenta ganhar R$83 milhões de reais pela venda de Vitor Roque – 27 pelo pagamento da multa e 56 na disputa judicial que corre em duas frentes, no CNRD, Câmara arbitral da CBF, e no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), segundo o secretário Alexandre Cobra. Para Mattos, dentro dos gramados, a principal virtude de Vitor Roque está no mental:
“O que mais diferencia o Vitor Roque é o poder mental, todo mundo já viu que ele é bom tecnicamente, tem força fisica, mas quantos são assim e não conseguem sobressair? O Vitor jogou ano passado vários jogos decisivos como se estivesse jogando com os amigos no colégio, ele tem esse poder mental muito forte.”
“Uma dádiva de Deus”
Mattos classificou com metáfora divina a oportunidade de comandar os negócios do Athletico:
“O Athletico é o precursor de muitas das ideias que a gente vê. Há 25 anos já se falava em Centro de Treinamento, o Palmeiras foi inaugurar o seu CT de excelência comigo em 2017, o Corinthians quando o Ronaldo estava, o Athletico em 95 já fazia CT. Tem um estádio com teto retrátil, gramado sintético, também foi precursor. Não tem dívida nenhuma, impressionante, zero. Não é que a dívida é controlada, não, é zero. Vem se modernizando, inovando, pra mim foi uma dádiva de Deus, não atoa estou como CEO de futebol e negócios.”