Amores de minha vida: histórias de atleticanas que têm o Athletico e a torcida como paixões

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Conheça histórias inspiradoras de torcedoras da Torcida Os Fanáticos que fazem do Athletico suas vidas

Ah, o futebol! Coisa mais de se ver não é mesmo?! Mas, você já parou para pensar o quanto ele já evoluiu? Não, não estamos falando no quesito jogadas, esquemas táticos  e inúmeras outras coisas, estamos falando da forma de torcer.

 

Sabemos que nem sempre a figura feminina foi bem quista dentro das quatro linhas. As mulheres tiveram que lutar muito para conseguir um precioso espaço na arquibancada, afinal, torcer já não é mais coisa de homem e elas têm tomado as arquibancadas brasileiras. Segundo uma recente pesquisa, encomendada pelo GLOBO à Sophia Mind, 80% das mulheres brasileiras torcem para algum time e 30% delas participam ativamente das atividades dos clubes, como associar-se, ir aos jogos e ver todas as partidas. Mas, muito além de ir para os jogos e falar sobre futebol, é fazer parte de um grupo que, mesmo com a evolução dos gêneros, é visto como estreitamente masculino, como é o caso das torcidas organizadas. Porém, elas estão sim, dentro dessas entidades e participam ativamente de todas as atividades que misturam a paixão e o torcer em uma única causa. Para provar todo esse amor, conversamos com três integrantes da Torcida Os Fanáticos, torcida organizada do Athletico, provando que lugar de mulher é onde ela quiser, principalmente dentro da organizada.

 

Começar com um relato como “minha história com o Athletico e a organizada começou na barriga da minha mãe, em um Atletiba, em junho de 2000”, pode parecer um pouco clichê, mas foi uma das partes mais tocantes do depoimento de Jennifer Pezzoto, integrante da Fanáticos. “Com a família dentro da torcida, junto com você na arquibancada, o amor pelo time, o amor pela torcida fica muito mais forte. Hoje eu vejo que as pessoas tem muito orgulho de mim, principalmente meu pai, por eu ser quem eu sou, como torcedora organizada. Não fazendo coisas erradas e usando do torcer por um bem maior, pelo Athletico”, destaca Jennifer. Sempre com muita emoção e referências boas, a menina está desde muito cedo na arquibancada, junto com a família e amigos e enfatiza que as colegas de torcida são umas das grandes inspirações para ela seguir. “Desde muito pequena eu frequento a torcida, junto com o meu pai, principalmente. Desde quando ele era sócio, depois como diretor e agora como atual presidente. Foi ele quem me levou, quem me mostrou todas as ideologias e os caminhos certos a seguir. Ele foi a minha maior influência dentro da organizada e inspiração para torcer para o Athletico”, destaca Jennifer. Mas, as referências da moça não param por ai, muitas, hoje, companheiras de torcida são lembradas por ela com muito carinho como as principais referências da imagem da mulher dentro da arquibancada, apoiando ao Athletico desde o início. Como é o caso de Elise Oliveira.

Jennifer na Arena durante partida do Athletico.

 

“Eu sempre costumo dizer que o Athletico é um amor. Muito amor. E a torcida é uma paixão avassaladora que te arrasta”. É assim que Elise Oliveira, integrante há 14 anos da Fanáticos, começa sua história com o Athletico e com a organizada. “Meu pai sempre torceu para o Athletico, eu gostava das cores e tudo o mais, mas não fazia muita ideia do que era. Até que um dia, meu pai me levou até o estádio. Era a final do Paranaense de 1990. Um Atletiba. Lembro como se fosse ontem. Eu entrando no estádio, passando pela revista policial, a policial rindo dos meus amendoins dentro da bolsa. Mas quando eu entrar na arquibancada e vi todas aquelas bandeiras, faixas, torcedores (ai eu até choro em contar rs) eu só pensava que queria ficar lá no meio, mas meu pai não gostava. Porém, depois daquele dia eu não parei mais de falar no Athletico até hoje”, destaca Elise. Conforme o tempo passava e o amor só aumentava Elise nos conta que a vontade de participar de toda a festa que a organizada fazia só aumentava. “Eu sentava muito próxima à bateria, porque eu achava aquilo o máximo. Com o passar do tempo eu comecei a fazer amizade com todos ali e passei a frequentar a sede. Como eu gostava de ir para o jogo cedo, ficava na sede da torcida. Sempre fiz tudo isso sozinha e não temo ou me envergonho disso. Hoje tenho muitos amigos lá, mas gosto sempre de lembrar que minha história com o Athletico e com a Fanáticos nasceu por independência e vontade minha”, enfatiza Elise. Ouvimos tanto suas histórias sobre amores, paixões, ódios e sofrimentos – afinal estamos falando do Athletico – que Elise finalizou nossa conversa com a seguinte frase “o meu amor pelo Athletico é fanático. Eu tenho tudo a ver com o Athletico. A torcida tem tudo a ver comigo. Porque é um amor insaciável. Eu vivo o Athletico. Eu quero ver o Athletico. Eu falo e penso Athletico. Quando não vou em um jogo fico doente”. 

 

Mais do que nascer e viver dentro da arquibancada, incentivando o Athletico, junto à Fanáticos é participar ativamente de toda essa emoção junto com a família. É o caso da integrante da organizada Rafaelly Martins. “Faço parte da torcida desde 2008 e sou componente da bateria da Fanáticos desde 2009, toco chocalho, junto com a minha parceira Luciana. A torcida é tão importante para mim, pois entendo que o trabalho dela é incentivar o time, é crescer dentro da arquibancada, é apoiar o time e incentivar os jogadores, principalmente quando o time está perdendo. Não vivo só de vitórias do Athletico, acredito que isso é o que mais acrescenta para eles, uma fase ruim ter a torcida apoiando, incentivando. É isso que todos querem. Somos conhecidos por isso. O Athletico é temido pela festa que a torcida faz. Eu adoro cantar, pular e gritar pelo time na arquibancada. Frequento a torcida junto com o meu esposo e meu filho. Não acho que aqui é um lugar de maloqueiro, de bandido ou vagabundo, pois, assim como muitos na torcida, eu tenho um emprego fixo, meu marido é funcionário público e, principalmente, meu filho ama vir na sede da torcida. Nós estamos aqui para somar junto ao Athletico. Nós estamos aqui para que o Athletico sempre vença. Essa é a nossa essência”, destaca Rafaelly.

Rafaelly durante jogo em 2017.

 

Contar esse trechos de histórias, sim, trechos – é impossível descrever tamanho amor em alguns parágrafos -, é pouco para mostrar a verdadeira imagem da mulher na arquibancada da Arena da Baixada ou onde quer que o Athletico esteja. A figura feminina já é uma realidade dentro e fora da torcida organizada e cada vez mais, acreditamos, que a mulher fará parte de cada grito de gol e de “é campeão” na vida do Athletico. 

 

A Trétis agradece imensamente a participação de todas as torcedoras, integrantes da Torcida Os Fanáticos, que participaram da matéria e que contribuem todos os dias para que o amor pelo Athletico e a paixão atleticana seja disseminada pelo mundo.

 

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