Clube desembolsará R$200 milhões para pagamento e utilizará dinheiro do acordo pelos naming rights; prefeitura e governo aportam, ambos, R$73 milhões
Depois de 13 anos de novela, o Athletico anunciou na tarde desta quarta-feira (5) a resolução do acordo tripartite entre clube, prefeitura de Curitiba e governo do Paraná, para o pagamento da reforma da Ligga Arena para a Copa do Mundo de 2014.
O valor final da dívida que foi pago pelo Athletico é de R$190 milhões. Foi utilizado o valor integral do contrato de naming rights – R$200 milhões, como garantia – para a quitação, e clube considera que fato “encerra o capítulo da Copa do Mundo e da Ligga Arena.”
Acordo ainda tem que passar por aprovação judicial, e molde da resolução tripartite já havia sido aprovado pelo Ministério Público por unanimidade. Clube pagará o valor do financiamento ao Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), gerido pela Fomento Paraná, órgão público para fomento de iniciativas.
Entenda situação
Em 2010, como plano para financiar a reforma da Arena da Baixada, à época, foram disponibilizados R$184 milhões em acordo que seria pago, em união, entre Athletico, prefeitura e governo do Estado. O problema surge em 2014, ano da Copa do Mundo, e que mostrou que reforma finalizada custou mais do que o esperado – chegou aos R$346 milhões.
Perícia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) atestou, além do valor gasto – que ultrapassava as expectativas – que a Arena da Baixada havia tido a reforma mais barata entre todos os estádio daquela Copa do Mundo, por metro quadrado.
Em novembro do ano passado, a Câmara dos deputados do Paraná perdoou, em votação, as multas e juros dos empréstimos utilizados pelo Athletico para as obras. No mesmo mês, Furacão e prefeitura entraram em acordo que fixava em R$32,9 milhões, pagos em 40 vezes, as multas pela desapropriação de imóveis próximos para a expansão da Arena.
Resolução de abril deste ano do TCE-PR (Tribunal de Contas do Estado do Paraná) colocava como obrigatoriedade o cumprimento do acordo tripartite, parado na justiça há quase meio ano. Com isso, a prefeitura de Curitiba desembolsará R$73 milhões e o governo do Estado outros R$ 73 milhões.
O Athletico não receberá nenhuma parte deste valor, que será destinado ao FDE guiado pela Fomento. O Governo do Estado confirmou resolução do caso em nota oficial: “Com a nova pactuação, o Athletico começa a quitar a sua dívida e os entes públicos também aportam recursos extras para encerrar o processo, seguindo determinação da Corte de Contas.”