Nikão e Lodi foram os destaques atleticanos, Jonathan teve dificuldades na altitude
Foi uma boa atuação coletiva do Athletico em Cochabamba, mas o azar acompanhou a equipe durante toda a partida. A equipe conseguiu controlar o jogo na maior parte do tempo e não sofreu com finalizações do adversário, que só levou perigo nos lances de gol. Mesmo perdendo, o Furacão acabou classificado, beneficiado pelo empate entre Boca e Tolima.
A parte física aparentemente pesou para alguns jogadores, o principal foi Jonathan. O lateral sentiu muito a parte física e foi engolido pelo meia Serginho, brasileiro que atua pela equipe boliviana. Rony foi outro atleta que aparentou sentir o jogo, nem tanto pela parte física, mas tecnicamente foi tímido e não conseguiu criar jogadas individuais como vinha fazendo.
Mesmo assim o Athletico conseguia ser perigoso e chegava com muita facilidade ao ataque, tendo a oportunidade de abrir o placar em três lances antes de levar o 1 a 0. A atuação coletiva da equipe supria a falta de inspiração individual da maioria dos jogadores, e foi em um lance de muitas trocas de passes que Renan Lodi se viu livre para arrematar de longe. O lateral contou com um desvio na zaga adversária para balanças as redes e empatar a partida.
No segundo tempo o Athletico foi punido por não ter matado o jogo nas inúmeras jogadas ofensivas que teve. Os dois pênaltis de mão na bola foram bem marcados e determinaram um resultado que não refletiu a dinâmica da partida, que teve um Wilstermann extremamente reativo, que tentava acelerar o jogo o tempo inteiro com muitos lançamentos longos e cruzamentos na área. Marco Ruben ainda marcou o segundo gol do Furacão na partida, após pênalti marcado em Renan Lodi, e agora soma 5 gols na Libertadores.
Confira as notas:
Santos (6) – Não teve culpa na derrota e foi pouco acionado durante a partida. Fez boas saídas de jogo e passou segurança durante a partida.
Jonathan (4) – Foi muito mal durante todo o jogo. Claramente sentiu a parte física e foi amplamente dominado por Serginho, camisa 10 do time boliviano. Para completar a atuação ruim ainda cometeu o primeiro pênalti da partida.
Paulo André (5) – O pênalti comprometeu sua atuação regular. Não foi totalmente seguro nas saídas de jogo, mas estava fazendo uma partida regular até cometer um pênalti parecido com o de Jonathan. Ainda perdeu algumas bolas pelo alto que ajudaram o Wilstermann a criar jogadas de ataque.
Léo Pereira (7) – Teve atuação regular, não sendo muito exigido na defesa e saindo bem para o ataque. Demonstrou a calma de sempre nas saídas de jogo, se apresentando praticamente como um lateral esquerdo nas jogadas ofensivas. Cada vez mais seguro na marcação, fez boa partida.
Renan Lodi (7,5) – Foi o melhor da partida junto do meia Nikão. Marcou o primeiro gol e sofreu o pênalti do segundo, além de ter muito espaço para jogar nas costas da defesa adversaria. Teve uma chance clara de gol no segundo tempo de cabeça, mas preferiu servir Marco Ruben que errou. Mesmo assim, foi a principal válvula de escape do ataque atleticano e destaque na partida. Cabe ressaltar o preparo físico do jovem lateral, mesmo na altitude ele conseguiu ter folego para chegar no ataque com frequência e recompor a defesa durante toda a partida.
Camacho (7) – Foi muito bem na organização das saídas de bola, sendo o responsável por passes chaves, além de ter mostrado muita intensidade na marcação. É um jogador que vem crescendo ao longo das partidas e deve evoluir ainda mais. Saiu no final para a entrada de Braian Romero.
Bruno Guimarães (6) – Partida apagada do meia atleticano. Pareceu sentir o ritmo e não conseguiu ser participativo como habitualmente. Não comprometeu, mas esteve pouco inspirado nas jogadas ofensivas durante o jogo, na marcação foi bem e deu poucos espaços para os meias adversários.
Léo Cittadini (5) – Participou menos que seu companheiro Bruno, ficando disperso no jogo. Apareceu muito pouco para jogar e teve raros momentos bons no ataque. Defensivamente ocupou os espaços e marcou forte, mas demonstrou pouco ao longo do jogo. Foi substituído por Tomás Andrade no segundo tempo.
Rony (5) – Não chegou nem perto de ser aquele jogador agudo e ofensivo das partidas na Arena. Tinha espaço para jogar e mesmo assim foi pouco para o drible e não criou praticamente nada para a equipe. Foi substituído por Marcelo no segundo tempo.
Nikão (7,5) – Dividiu com Lodi o posto de melhor da partida. Por mais que tenha desviado a bola do primeiro gol, o meia foi o jogador mais lucido do Athletico no jogo. Conseguiu segurar muito bem a bola e criou inúmeras jogadas de tabela para clarear as jogadas ofensivas. Cadenciou o jogo e errou poucos passes, mas poderia ter arriscado mais jogadas individuais e chutes de media distancia.
Marco Ruben (6,5) – Marcou seu quinto gol na competição e demonstrou um rendimento parecido com as outras partidas, sendo pouco participativo na partida, mas perigoso em jogadas de área. Perdeu alguns gols que normalmente não perde, como no começo do jogo em um cruzamento de Nikão.
Marcelo (6) – Entrou para dar mais ritmo ao ataque atleticano, mas não conseguiu ser mais agudo do que seu companheiro Rony. Até tentou jogadas de linha de fundo, mas sem sucesso algum. Ainda está devendo nesta temporada.
Tomás Andrade (6) – Teve pouco tempo para jogar, mas demonstrou estar ligado no jogo. Segurou bem a bola e quase serviu Marco Ruben em uma boa enfiada de bola. Demonstra ser um bom jogador e deve ganhar mais minutos com a sequencia de jogos.
Braia Romero (sem nota) – Não jogou tempo suficiente.
Tiago Nunes (7) – Pela atuação coletiva da equipe o treinador está de parabéns. Montou um time muito sólido e organizado para conseguir repetir o bom futebol que jogou em casa. Mas demorou muito para mudar peças que não vinham bem e poderiam ter dado lugar para jogadores mais ligados no jogo. Mesmo assim, pelo amplo domínio da partida e organização da equipe, sobretudo nas saídas de jogo, o treinador merece o reconhecimento.