Com um jogo a menos em relação à era Turra, time comandado por Wesley permitiu nove gols em bolas alçadas na área
Os gols sofridos em jogadas de bola aérea voltaram a ser preocupação do Athletico na temporada. Na duas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro, contra Fluminense e Atlético-MG o Furacão tomou três gols em bolas alçadas por cima, e chegou ao seu nono sofrido desta maneira desde que Wesley Carvalho assumiu o nome.
Em comparação ao total de gols sofridos, o Athletico concedeu 45% dos tentos marcados pelos adversários em jogadas pelo alto desde a partida contra o São Paulo, no Morumbi – estreia de Wesley. Índice representa aumento de 80% no quesito em relação à era Paulo Turra após o início do Brasileirão.
Em 18 jogos, comparados aos 17 de Wesley Carvalho, o Athletico comandado por Paulo Turra sofreu cinco gols em jogadas aéreas, que representam apenas 22% dos gos sofridos no total com o ex-treinador à beira do gramado. Baixa porcentagem pode ser considerada evolução a 2022, em que o Athletico chegou a somar mais de 60% de seus gols sofridos em jogadas pelo alto.
Segundo o zagueiro e um dos capitães do time, Thiago Heleno, a solução é intensificar o trabalho. Jogador justificou tendência, além de explicar o gol sofrido contra o Atlético-MG, no último sábado (2):
“Jogamos contra jogadores de muita qualidade, que leem o espaço, veem onde é nosso ponto fraco. Hoje estava todo mundo encaixado, foi um lance de infelicidade de quem estava marcando junto ao jogador do Atlético-MG.”
Problema na marcação resultou em gols sofridos nas eliminações
Tanto na queda nas quartas de final da Copa do Brasil, contra o Flamengo, quanto na das oitavas de final da Copa Libertadores, contra o Bolívar, o Athletico tomou gols em bolas alçadas na área.
Contra o clube carioca, Bruno Henrique completou cobrança de falta lateral no jogo da ida e Gabriel Barbosa marcou em bola sobrada, também, depois de batida de falta, na volta, além do gol contra de Erick – três dos quatro gols sofridos pelo Athletico na fase mata mata foram em jogadas aéreas.
Na Libertadores, mesmo que em menor escala, fato voltou a ocorrer. O clube boliviano marcou apenas um de seus três gols em jogada deste tipo, no terceiro, com Ronnie Fernandez, depois de cruzamento da esquerda. O Athletico permitiu 60 cruzamentos na partida de ida, em La Paz.
Eficiência dos zagueiros é baixa
Conhecido pela imposição nas jogadas pelo alto, Thiago Heleno tem, nesta temporada, sua segunda pior média em duelos aéreos ganhos desde que chegou ao Athletico, em 2016. Os 61% deste ano perdem apenas para os 46% de 2022, ano em que a defesa atleticana teve muitos e reconhecidos problemas em vencer disputas pelo alto.
Em 2020-21, temporada em que o Athletico foi a segunda melhor defesa do Campeonato Brasileiro, Heleno somou 76% de eficiência no quesito e lideraria, por muito, no elenco atual do Furacão. Cacá, atual companheiro de zaga, soma apenas 55% na estatística.
Matheus Felipe, com 62%, e Kaíque Rocha, com 67%, completam os zagueiros disponíveis para jogo. Zé Ivaldo, afastado em definitivo pela diretoria do Athletico, teve 62% em duelos aéreos ganhos na temporada e Pedro Henrique, que teve lesão séria e pode perder todo o resto da temporada, tinha 55%.
O Athletico volta a enfrentar o Flamengo, time que mais se aproveitou de problema atleticano na temporada, no próximo dia 13/09, em Cariacica-ES pela vigésima terceira rodada do Campeonato Brasileiro. Furacão é o sétimo colocado na competição e tem oito jogos de invencibilidade – cinco empates e três derrotas.