Opinião: O time de jogadores mais utilizados de 2018 é o melhor da década

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Confira ranking de todos os times de jogadores com mais jogos em cada ano da última década

Nada reflete mais os momentos vividos em uma temporada do que os jogadores que mais entraram em campo – que mais figuraram com a camisa do clube. Desde 2013 o Athletico viveu anos históricos que passam tanto pelo trio elétrico Everton, Marcelo Cirino e Everton, quanto pelo icônico Rony, Nikão e Marco Ruben, que ainda tinham a companhia de Bruno Guimarães.

Por essa nostalgia, a Tretis ranqueia – do pior para o melhor – os times de jogadores com mais jogos em cada ano, além de treinadores, conquistas e detalhes que relembram a história recente, marcada como um dos momentos mais vitoriosos que o Furacão já viveu.

2014 – O pior da década

Um time muito jovem que jogou Copa Libertadores define o que foi esse elenco. Léo Pereira (18 anos) longe de ser o de 2019, primeira temporada de Otávio (20 anos), e ataque com Marcelo (22), Coutinho (20) e Marcos Guilherme (19). Número de treinadores chama a atenção, junto da ausência dos badalados Mirabaje, Mérida e, claro, Imperador, contratados para a temporada. 

É o retrato de um desmonte de 2013 e de uma reformulação que fracassou. Na utilização de jovens e na busca por prospectos internacionais time mostrava potencial do que viria a funcionar mais à frente, mas nessa ocasião teste falhou.

2015 manteve o nível

Com dupla de zaga que dá calafrios em qualquer atleticano, time de 2015 mostrou pouquíssima evolução do ano anterior. Cinco treinadores e mais uma vez um time completamente reformulado, que começava a mostrar bons reforços. Primeiro ano de Nikão, que viria a se tornar ídolo, e Walter, e de Otávio e Hernani como dupla – negociados, no futuro, por boas quantias.

Fica numa posição acima pelas expectativas, que eram mínimas, para o ano – que também foi ruim.

2016, o primeiro dos anos bons

Com reta final maravilhosa para iniciar sequência de quatro Libertadores em seis anos, a primeira temporada do saber ganha a nona colocação no ranking. Com título paranaense icônico em placar agregado de 5 a 0 no Coritiba, time foi sexto colocado no Brasileirão que estreou o G6 e mostra jogadores bem interessantes.

Mais um ano da dupla Otávio e Hernani, zaga muito sólida com as contratações de Paulo André e Thiago Heleno e dupla de ataque folclórica, que quase não jogou junta, em Walter e André Lima. Pablo foi grande destaque pela ponta esquerda e time – na comparação peça por peça – fica um pouco atrás do próximo colocado.

2017 um pouco acima

E é pelo diferencial de Jonathan, Lucho e Nikão que 2017 fica acima na comparação. O final, momentâneo, da era do ‘saber sofrer’ trouxe eliminação das mais injustas contra o Santos na Vila Belmiro pela Libertadores e time, que teve muito de seus bons momentos nos destaques individuais, poderia ter tido ano melhor.

É impossível não lembrar do milagre de Apoquindo na classificação no grupo da morte da Libertadores daquele ano que viu gols de jogadores que disputavam posição – Douglas Coutinho, na lista, e Eduardo da Silva. Além, claro, de Grafite e Ribamar, que termina o ano como titular e chega depois de reformulação.

2020 também viu reformulação

Furacão não chegou a desmontar o elenco, mas perdeu peças muito importantes. Além dos talentos geracionais de Bruno Guimarães e Renan Lodi para o futebol europeu, perdeu um banco de reservas recheado e não conseguiu repor com qualidade na primeira temporada de Paulo André como gestor.

Time serviu de base para a construção do elenco campeão continental um ano depois, mas mostrava muito pouco futebol – ao menos até a chegada de Autuori, no meio do ano. Ano viu o início da trajetória de Abner, o final ruim da passagem de Wellingnton e dois momentos muito diferentes de Carlos Eduardo – muito mal no começo da temporada e com melhora no final.

2013 surpreendente

Nessa sexta posição, o início dos anos históricos. Time que havia acabado de subir chegava para encarar ano de volta à elite. Passada a bagunça do início da temporada, time tem grande sequência de Vagner Mancini e tem temporada de terceiro colocado no Brasileirão e vice-campeão da Copa do Brasil – que, se vencida, poderia significar o melhor ano da história – à época.

Elenco reuniu as melhores fases das carreiras de alguns jogadores e, mesmo que o time de mais utilizados não reflita a melhor versão daquela temporada, mostra trio muito rápido de Everton, Cirino e Ederson – artilheiro do Campeonato Brasileiro.

Quinta colocação para 2023

Avaliação leva em conta as proezas do ano, os títulos conquistados mas – antes de tudo – os jogadores mais utilizados. E pela qualidade desses elencos, 2023 vence disputa com o concorrente de uma década. Mesmo que time possa não conseguir os resultados conquistados em 2013, as expectativas são mais altas.

Time entra na temporada para disputar as cabeças da Copa Libertadores e tem referências técnicas em Terans, Fernandinho e Vitor Roque que nunca foram vistas na história do clube. O Estadual invicto também pode ser levado em conta, mesmo que fase ainda não tenha se sustentado contra uma concorrência maior.

Um 2022 sem taças

O retrato do time vice-campeão da Copa Libertadores é esse. Inconstância no comando técnico chama a atenção e, até por isso, time é um pouco diferente do considerado ideal. A lesão de Thiago Heleno no início do ano justifica ausência, também sentida com Vitor Roque – chega no meio do ano.

Time de momentos históricos também ganha Fernandinho na metade da temporada, que mostra a tendência que o elenco teve de se reforçar. Destaque também para a quantidade de jogos de Tomás Cuello, em ano de adaptação e disputa com Vitinho e Pedro Rocha.

2021 com o bronze

Ano de título de Sulamericana e final de Copa do Brasil fica abaixo dos outros dois pelo desempenho no Brasileirão e, mais uma vez, qualidade dos jogadores quando comparados aos de outros anos. Mesmo assim, foi visto o começo arrasador de David Terans e a melhor fase de Nikão na carreira – dupla teve nível muito alto.

Pela primeira e única vez no ranking, esquema de três zagueiros reflete a realidade e quase espelha o utilizado na final da Sulamericana, que teve Erick na de Christian e Nico Hernandez na de Zé Ivaldo – que foi dono de golaços contra Santos e Flamengo na campanha quase vencedora do torneio mais democrático do país.

2019, por muito pouco, com a prata

Com a temporada inteira nas mãos de Tiago Nunes, elenco de 2019 era mais qualificado do que o vencedor, mas perde no 11 contra 11. Com uma fase ruim em sequência que envolveu o jogo de ida contra o Grêmio na Copa do Brasil – e proporcionou a histórica remontada – time teve as grandes atuações como regra e jogava futebol muito intenso, sonho de qualquer atleticano.

A melhor fase de Bruno Guimarães e Rony, o hat-trick de Marco Ruben contra o Boca Juniors e uma tríplice coroa de Copa do Brasil, Paranaense, e Levain Cup com time que é considerado por muitos o que melhor jogou na história.

2018 mudou a história

Não é exagero dizer que foi o ano que instalou a cultura do vencer no CT do Caju. Com o fracasso do trabalho de Fernando Diniz e a ascensão inacreditável que teve Tiago Nunes, o time de 2018 quebrou uma barreira que se não fosse quebrada faria, talvez, com que o Furacão permanecesse no nível que estava no começo daquele ano.

Goleada contra o Peñarol em Montevidéu, vitória icônica nos pênaltis na final da Sulamericana e um ano que termina maravilhoso. Melhores fases de Jonathan, Léo Pereira, Lucho e Pablo – em ano de nível muito alto do camisa 92. Nikão e Raphael Veiga – hoje dos melhores do país na posição – numa criação que ainda teve Marcelo Cirino com muita influência e o início da passagem de Rony.

Ano mudou a história e teve o melhor 11 de mais utilizados da década e, quem sabe, de um passado mais longevo.

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