Amigos fizeram a promessa de caminhar cerca de 35km se o Athletico ganhasse a taça internacional
Para se ganhar um título internacional vale prometer qualquer coisa e, como dizem no dito popular: cada louco com sua mania – ou suas promessas. Entre chocolates, cortes de cabelo, tatuagens, compras de camisas e viagens, uma chamou a atenção: fazer uma caminhada de casa até o CAT do Caju e do CAT do Caju até a Arena da Baixada – um total de 35 quilômetros. A ideia surgiu quando o Athletico passou para as semifinais, de acordo com o idealizador da aposta, o atleticano Bernardo Carvalho, que teve o aval de mais seis amigos: Jéssica Ribeiro, Fábio Tamborlin, Juliane Leal, Lucas Chinen, Raphael Minikovski e Rodrigo Umezaki. “Quando chegamos nas semi, e o clube necessitava quebrar a barreira imposta na Sula de 2006, várias hipóteses de promessas foram cogitadas e a que mais achamos compatível com o momento foi essa. Alguns até prometeram mais coisas, além da caminhada”, conta Carvalho. “Fizemos a promessa pois o Athletico precisava quebrar o patamar, ganhar um título internacional de importância e sentimos que o clube precisava do nosso apoio e esforço, mais do que nunca”, ressalta.
A promessa foi paga no último dia 10 de fevereiro, no jogo entre Athletico x Cianorte. Eles saíram do São Braz, às 7h, e chegaram em cima da hora na Arena da Baixada. “A caminhada foi longa, quente, dolorosa e cheia de superação, mas valeu cada segundo por termos conseguido o feito de sermos campeões”, salienta. Segundo ele, foi a parceria e a amizade que ajudaram durante todo o percurso, dando energia e resiliência aos que precisavam. “Aquele pênalti perdido do Barrera teve dedo de cada atleticano que torcia e é um prazer retribuir como agradecimento. Teve até jogador e o próprio clube agradecendo o nosso esforço. Faria de volta e muito mais. O amor ao CAP nos une, faz com que possamos dividir um sentimento enorme por algo maior do que nós, algo que não controlamos”, afirma.
A CAMINHADA
Jéssica Ribeiro, uma das amigas de Bernardo que participou da promessa, contou que na hora em que ele perguntou se ela topava participar, a resposta foi imediatamente SIM. Mas, segundo ela, os amigos não achavam que seria tão difícil. “Os primeiros 10 quilômetros foram os mais fáceis. Ouvimos música, todo mundo papeando, sorriso no rosto e cervejinha. Quando chegamos no CAT foi uma alegria, aquela satisfação de ter chego até lá. Os funcionários foram muito legais, deram água para nós, sentamos uns 10 minutos e partiu Arena”, conta e continua. “Arrumamos mais um participante no grupo, fizemos um amigo na porta do CAT que ficou maravilhado com a nossa promessa e resolveu caminhar seis quilômetros conosco.”
De acordo com ela, na saída do CAT, o sol já estava forte – 12h30, já tinham percorrido 22 quilômetros e a parte mais difícil iria começar. “Estávamos sentindo muita dor nas pernas, dor no pé, calor e aí bateu o desânimo, porque ainda faltavam 13 quilômetros até a Baixada. Mas foi aí que começou a superação, era visível a cara de sofrimento. Paramos em uma farmácia para comprar água e um spray daqueles para dor muscular e quando percebemos estávamos sentados no chão, na porta da farmácia com as pessoas passando por cima das nossas pernas para sair de lá”, conta rindo.
“O último quilômetro foi o mais difícil. Já era quase insuportável e tinha aquela subida da Avenida dos Estados para encarar. Mas depois de 35 quilômetros, ao todo NOVE horas de caminhada, nós chegamos na Arena. Um deu força e energia ao outro. Tenho muita sorte de poder chamar esse grupo de amigos! O mais incrível foi que o grupo todo chegou junto até o fim”, relata. Ao ser questionada se faria de volta, Jéssica é enfática: “FARIA! Eu só não faria hoje porque a dor nas pernas não me permitiriam! O nosso amor pelo CAP é incondicional e a emoção que senti quando fomos campeões da Sula valeu cada quilômetro andando. E que venham as próximas promessas”, complementa.