Porque às vezes é necessário relembrar o que faz nossos corações pulsarem
O Athletico divulgou nesta segunda-feira (19) um vídeo sensacional e pra lá de especial. Wilson Kosinski, o PRIMEIRO sócio do clube, contou sua história de como se tornou torcedor do Furacão. Se você ainda não viu, recomendo muito:
Conheça o 1º Sócio Furacão, Wilson Kosinski, e como ele se tornou athleticano!
E você? Qual é a sua história de VIVER O FURACÃO?👉 https://t.co/qG2NnXxY5w#VivaOFuracão #SócioFuracão pic.twitter.com/VmwjpmxxHT
— Athletico Paranaense (@AthleticoPR) 19 de agosto de 2019
Além de uma homenagem, o vídeo é um convite a nós, torcedores, fazermos um resgate ao passado. Voltar a lembrar do início, do que fez os nossos corações pulsarem de forma diferente, do que fez a gente sentir vontade de vestir a camisa, amar as cores e se deixar emocionar de tantas formas.
Volta e meia surge um vídeo de uma criança indo pela primeira vez ao estádio com a pergunta “você se lembra da sua primeira vez?”, ou então um convite para contar a primeira lembrança ou jogo que te marcou. Assim como em outras voltas que a internet dá aparecem vídeos de torcidas, maioria argentinas, que demonstram sua paixão mesmo quando o time está perdendo.
Tudo isso é um convite para reflexão. Para a gente tentar reviver, relembrar e retomar a paixão. Eu tive duas chances em momentos da vida pessoal. Durante a última copa, uma amiga me perguntou como e quando foi que eu descobri que gostava tanto de futebol. Sinceramente, demorei para responder porque estava tentando lembrar. No fim, a resposta foi: “acho que sempre esteve em mim”. Tentei explicar para ela que, na verdade, não tem explicação. É como uma coisa que você vai lá, faz e descobre que gosta.
A outra foi quando conheci o seu Genésio Ramalho, meu grande amigo de arquibancada que se tornou um amigo de vida e, por sorte do destino, é simplesmente o filho do autor da melodia do hino do nosso Furacão. Em nossas conversas, sempre me contando suas memórias, tanto do pai quanto suas, fica nítido o quanto e o que o Athletico significa. O quanto as cores vermelho e preto não são só cores, mas um símbolo que une e constrói vidas. Foi mais uma chance de eu me reapaixonar pelo meu e nosso Furacão. Só quem já o ouviu falar, entende. E eu te dou a chance de conferir aqui:
E, sim, tudo isso me fez revisitar o passado. Meio por óbvio, minha relação com o futebol inicialmente veio por causa do meu pai e da minha família. Jogos do Athletico sempre foram motivos de reuniões e churrascos, dia de ir para a casa do tio ver os primos e ficar todo mundo junto na frente da TV.
Depois foi aquele namoro com a torcida. As primeiras vezes no estádio, sentir o clima pulsante das arquibancadas, o ritmo da bateria e o sonho de levantar a caveira. Mais tarde os jogadores. Você, mesmo sem muita explicação, começa a gostar. Quando pequena eu adorava o Rogério Corrêa e o Marcão (aquele do cabelo comprido mesmo), pelo simples fato de ir com a cara deles. Criança, eu não saberia explicar que era por causa de qualidade ou como jogavam. Depois veio Diego e outros goleiros. Esses responsáveis por uma grande paixão da torcida feminina.
Em 2001, a chance de gritar campeão pela primeira vez (vide foto). Sair na camionete do meu pai, segurando bandeira, saindo pela cidade e chegar até a praça do Athletico em polvorosa. Aos pleno sete anos de idade, sem lembrar de detalhes, na pura construção da emoção.
Já 2004 o início da paixão pela bola, pelo talento. Tanto que até hoje eu respondo que meu ídolo no Athletico é o Washington (o Coração Valente), por mais controvérsias que isso possa gerar. Mas não tem como. Eu com 10 anos de idade, aprendendo a ver o futebol com outros olhos e vendo nosso atacante marcar 34 gols em um ano. Foi demais. Foi ali que o coração bateu o martelo para a paixão.
Eu sempre gostei, também, muito de Copa do Mundo. Sempre achei um clima diferente, com algo a mais… algo que me empolgava. Em 2002 não lembro dos detalhes, mas foi emocionante ver o Brasil erguendo a taça. Depois, em 2006, com uma paixão pela Itália (que tenho até hoje e começou ali), foi maravilhoso acompanhar como jogavam, com uma defesa brilhante e, depois da eliminação do Brasil, foi inevitável não torcer por eles.
E assim foi, um amor que passo a passo foi crescendo sem ter exatamente um por que e sem pretensão, mas que acabou ocupando um espaço enorme no peito. Durante a adolescência até tentei me arriscar, entrando para escolinhas femininas e depois jogando futsal pela escola.
Mas foi em 2015 que voltei ao meu lugar, com a Arena nova e a chance de me tornar de vez sócia. E então não teve como. Passei a ir em todos os jogos, acompanhar, crescer e melhorar meu olhar para o futebol. Fui deixando de ser só uma torcedora querendo vitórias e analisando mais as condições e tudo que envolve o esporte. Fui deixando que a paixão sem muito por quê fosse virando um amor sem medida… e ainda sem muita explicação. Admirando e olhando com mais cuidado a bola, mas sem deixar de sofrer, rezar e ajoelhar em cobranças de pênaltis. Sem deixar de vibrar a cada gol, a cada roubada de bola e a cada vitória. E sem deixar de sentir o coração pulsar em um ritmo diferente.
E o que eu quis com toda essa coluna? Fazer um novo convite, dar uma nova chance pra você também fazer um resgate ao passado… o que fez seu coração pulsar?