Referência do elenco atleticano, Fernandinho define que número de treinadores no ano é "complicado". Veja quanto tempo cada técnico teve para treinar
“Tivemos três treinadores diferentes, é complicado. São três, cada um com seu perfil.“
Frase de Fernandinho exemplifica o que foi o maior problema da temporada do Athletico, como também colocou o diretor técnico Paulo Autuori. Cuca, Varini e Lucho comandaram o Furacão em péssima campanha no Brasileirão e time ainda teve Juan Carlos Osorio e Juca Antonello na casamata. A oscilação apareceu e, sem um trabalho coeso, ainda não teve solução.
Fato é que nenhum dos cinco treineiros teve tempo para trabalhar. Osorio passou dois meses no comando e caiu em sua primeira derrota. Cuca assumiu e passou três meses empregado, antes de pedir para sair. Varini esteve (no Athletico a função é um “estar”, não um “ser”, como diria Autuori) como técnico de julho a setembro antes da contratação de Lucho, há 42 dias no clube.
Soma-se a isso a rotina de quarta e domingo do futebol brasileiro e se encontram times sem ideia de jogo, mal montados e de resultados questionáveis, seja nas Copas, como no caso de Cuca, ou seja no Brasileirão como com Varini e Lucho.
Nem a pré-temporada foi minimamente suficiente, pois o elenco reapresentou em 6 de janeiro e já entrou em campo 11 dias depois. Quatro treinos físicos para retomar o ritmo e uma semana completa de treinos compuseram a preparação atleticana para iniciar o ano de seu centenário.
Entre Cuca, Varini e Lucho, o primeiro e o último tem em comum o maior tempo de preparação – média de um jogo a cada cinco dias. Pela eliminação nas copas, Lucho tem semanas cheias e ainda comandou em data Fifa, das quais Cuca teve duas, além dos 15 dias de paralisação do futebol brasileiro pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
Varini foi o técnico que mais sofreu com o calendário apertado e, relato, o que menos reclamou disso. Foram 18 partidas em 71 dias de comando (uma a cada pouco mais de três dias) e apenas um período de data Fifa. Após parada de 10 dias para treinar, o Athletico jogou quatro vezes e não foi derrotado, mas empate fora contra o Criciúma causou queda do uruguaio.
O resultado dessa troca constante aparece na falta de resultados, claro, mas também nas palavras de Fernandinho. Meia reflete, em zona mista, sobre como resolver o problema defensivo:
“Precisamos somar pontos, ganhar jogos, meio a zero, um a zero com gol feio. Precisamos defender melhor, de que forma a gente defende melhor? Que ações defensivas precisam ser feitas? Precisamos estar mais compactos? Podemos discutir muitas coisas para tentar encontrar uma solução.”
No Brasileirão a briga contra o rebaixamento tem mais um capítulo neste sábado (9), às 21h, contra o São Paulo. Semana de treinamentos ainda conta com atividades nesta quinta (7) e sexta-feira (8) antes da viagem para a capital paulista.