Técnico celebrou apoio da torcida, destacou evolução do time no returno e demonstrou confiança no acesso, mesmo em meio às polêmicas de arbitragem
A entrevista coletiva de Odair Hellmann, após a vitória do Athletico na Arena, foi marcada por um tom de gratidão, autocrítica e confiança. O treinador celebrou o apoio da torcida em uma noite de segunda-feira e classificou o triunfo como uma “partida consistente” não brilhante, mas merecida. “A equipe produziu para vencer, poderia ter feito mais gols. Foi um controle total da partida”, resumiu.
O destaque da noite, Julimar, autor dos dois gols da vitória, também viveu um momento especial. O atacante não marcava na Arena havia cerca de um ano e celebrou a fase de retomada após uma grave lesão. “Quero agradecer a confiança que estão me dando. Minha esposa foi essencial nesse processo, sempre me apoiando nos momentos mais difíceis”, afirmou, emocionado.
Foco no G4 e confiança na reta final
Com o melhor aproveitamento do returno da Série B, o Athletico volta a enxergar de perto o G4. Odair, no entanto, manteve os pés no chão. “Esses números só terão valor quando estivermos no G4”, ponderou. Ainda assim, o técnico mostrou convicção na reta final: “Acredito desde o início e vou continuar acreditando até o último pingo de suor. Essa equipe vai lutar por essa conquista”.
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Segundo ele, o cálculo é claro: quatro vitórias garantem o acesso; três ainda deixam o time dependente de outros resultados. “Precisamos manter a resiliência e o foco jogo a jogo. Cada partida agora é uma final”, destacou.
Tática, ajustes e vulnerabilidade defensiva
Odair revelou que iniciou o jogo com uma formação mais ofensiva, em um 3-4-3, buscando protagonismo e amplitude pelos lados com Julimar e Kardec. No entanto, as longas bolas do adversário exigiram uma mudança no intervalo. “No segundo tempo, o sistema encaixou melhor, tanto defensiva quanto ofensivamente”, explicou.
Questionado sobre a suposta vulnerabilidade da equipe com linha de quatro, o técnico minimizou a diferença entre os esquemas. “Fomos vulneráveis com linha de quatro e com linha de cinco em momentos distintos. A maioria dos gols sofridos foi de bola parada e cruzamentos, não de construção adversária”, pontuou.
Mesmo consciente das oscilações, Odair reafirmou o estilo de jogo que pretende manter: “Estou no Athletico Paranaense, um clube que precisa propor o jogo. Não posso pensar apenas em me defender. Quero que o time seja protagonista.”
Arbitragem e o lance de Kardec
Um dos momentos mais delicados da coletiva foi a defesa de Odair ao atacante Alan Kardec, envolvido em um lance polêmico que poderia ter resultado em expulsão. O treinador disse ter conversado com o jogador logo após o ocorrido e confiou em sua versão. “O Kardec disse que parou o movimento antes do contato. Eu vi a imagem, e realmente ele não seguiu o movimento. Poderia ser interpretado como vermelho, mas o árbitro entendeu de outra forma”, justificou.
Odair aproveitou o tema para criticar o histórico de decisões contra o clube. “O Athletico foi muito mais prejudicado do que beneficiado neste ano”, afirmou. Ele reconheceu, contudo, que uma eventual expulsão mudaria o cenário do jogo: “Teríamos que defender muito mais, com bola aérea e cruzamentos, o que sempre representa risco.”
Clima de decisão
Com quatro rodadas restantes, o técnico projeta um ambiente de total concentração para o confronto com o Goiás. “Vai ser um jogo nervoso, de 50-50. Precisamos ter cabeça no lugar, organização e mental forte. A gente tem capacidade para buscar essa vitória fora de casa”, finalizou.