Paulo Autuori fala sobre contratações: “Quem vocês queriam que trouxesse? O Sérgio Ramos?”

Compartilhe

Diretor de futebol surpreendeu ao dizer que sua tarefa no Athletico não é de contratar e que nenhuma contratação dá garantias de melhora na equipe

“A coisa mais complexa no futebol é a contratação. Falar em contratar é muito fácil”, disse o diretor de futebol do Athletico, Paulo Autuori, durante coletiva de imprensa cedida nesta quarta-feira (9) à tarde. Ao ser questionado sobre a falta de agressividade do clube na janela de transferências do meio do ano, ele ainda surpreendeu ao dizer que contratar não é sua tarefa e perguntando: “Quem vocês queriam que trouxesse? O Sérgio Ramos? Porque no futebol brasileiro hoje tem dessas”.

Quando o executivo retornou ao Furacão, ainda havia possibilidade de contratações, mas o clube acabou optando por trazer apenas Marcos Victor e Praxedes, ambos reservas de Bahia e Vasco, respectivamente. Segundo o diretor, a janela do meio do ano seria a mais difícil, já que as possibilidades de contratação estariam entre jogadores que não estão rendendo em seus clubes, ou que estão afastados ou, ainda, ir ao extrangeiro trazer jogadores que “não tem potencial nem projeção”.

A coisa mais difícil que tem no futebol é contratação. Falar em contratar é muito fácil. Desde que eu me decidi não ser mais treinador e estar nessa função, eu acho que falar em contratação pra mim é muito curto. Numa janela de meio de temporada o que você pode buscar? Jogadores ou que não estão rendendo nos seus clubes ou tiveram problemas comportamentais ou ir no estrangeiro que por vezes – não são poucas as vezes – não tem potencial nem projeção que jogadores jovens têm.

Autuori ainda afirmou que acredita mais na utilização das categorias de formação, em colocar jogadores novos para jogar, e na ideia de uma estrutura de jogo. Sem uma ideia definida, as contratações se tornariam circunstanciais e aleatórias, sem garantias de que elas melhorariam o time. Aproveitou também para criticar contratações do futebol europeu: “Trazer jogadores europeus em fim de carreira pra termos midiáticos? Isso que tá acontecendo no futebol brasileiro”, disse.

“Em todos os clubes que passei, sempre tive um olhar muito dorte pra formação, sempre coloquei jogadores novos pra jogar. Em 2016, quando vim pra cá, fiquei supreso quando a proposta foi ao contrário. De uma ideia em que pudéssemos aproveitar mais a formação do clube. Eu sou bastante cuidadoso com contratações e a minha tarefa não é de contratar, eu trabalho com processo de desenvolvimento. Nós temos exemplos: que garantia tem ao se trazer um jogador ou dois de que você vai melhorar a qualidade? Se você não tem estrutura definida? Temos equipes que contrataram e a partir daí equipe declinou. Nada dá essa garantia, ainda mais sem estrutura de equipe”.

Apesar de dizer que sua tarefa não é de contratar, o diretor deixou claro que uma de suas tarefas é estar perto do departamente de scout, que foi remontado após demissões que ocorreram, para que os profissionais entendam o que as contratações devem contemplar, para que entendam o tipo de jogo e encontrem jogadores dentro das características.

Veja também