Problema crônico: Varini explica ineficiência na bola parada do Athletico

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Mais da metade dos gols do Athletico com o treinador saem em bolas cruzadas, mas time ainda não marcou em batidas de escanteio neste Brasileirão

O Athletico é o terceiro time que mais bate escanteios na Série A do Campeonato Brasileiro. Dos 132 batidos, nenhum resultou em gol. O time comandado, hoje, por Martin Varini, aproveitou apenas duas batidas de bola parada para encontrar as redes neste Brasileirão – um tiro de meta batido por Myacel, contra o Atlético-GO e uma batida de falta da esquerda desviada por Mastriani na primeira trave, contra o Cuiabá.

No Defensor-URU, Varini fez com que seu time encontrasse 42% de seus gols nas batidas de bola parada. A reportagem questionou o treinador em coletiva de imprensa sobre o problema:

“(No Defensor-URU) éramos um time que fazia muito gol na bola parada. Sei faz tempo que o Athletico não tem tanta efetividade na bola parada, também no nosso trabalho. É algo que se trabalha, que se tem que caprichar muito entre batida e cabeçada. É um dos nosso objetivos para melhorar, temos batedores muito bons, hoje João bateu muito bem na bola. Temos Fernandinho, Esquivel, e bons cabeceadores.”

Martin Varini, em entrevista coletiva

Varini atesta e está certo quando menciona que a falta de efetividade nas cobranças da faltas e escanteios para a área não é de hoje. No ano passado, apenas três gols saíram desta maneira:

  • Erick, após batida de escanteio da direita, contra o América-MG (vitória por 3 a 2)
  • Canobbio, após batida de escanteio da direita, contra o Bahia (empate em 1 a 1)
  • Kaíque Rocha, após batida de falta da esquerda, contra o Grêmio (vitória por 1 a 0)

No ano passado, o Botafogo liderou o campeonato no quesito com 11 gols marcados nas bolas paradas. O Palmeiras teve 10. Goiás e Grêmio fecham os primeiros quatro com nove, cada um. A média na liga quase atingiu os seis gols nas bolas paradas por clube, Furacão esteve abaixo.

“É algo que o time ainda tem que subir o nível porque geramos muitos escanteios. Gostaríamos sim de sermos mais efetivos na bola parada ofensiva. Com tantos jogos e tanta coisa para trabalhar, pensar na bola parada é um pouco difícil. Precisa de muito foco, muita concentração, mas é nosso trabalho como comissão dar a eles mais ferramentas.” – completa o treinador.

Martin Varini comenta bolas paradas do Athletico
Martin Varini concede entrevista coletiva. Foto: José Tramontin/Athletico

Bola aérea, no geral, não é um problema para o Athletico

O Furacão é o terceiro clube que menos sofre gols em bolas aéreas na Série A do Brasileirão, apenas sete. Três desses ocorreram nos acréscimos e renderam empates contra Flamengo (1 a 1), Botafogo (1 a 1) e Internacional (2 a 2).

No trabalho de Martin Varini, quatro dos 11 gols sofridos (36%) foram por cima. O Athletico teve média que variou de 50 a 60% nas duas últimas temporadas no quesito. Confira gols sofridos na bola aérea com Varini:

  • Gol de Fernandez, em vitória por 2 a 1 contra o Cerro Portenho-PAR
  • Primeiro gol de Thiago Borbas, em vitória por 3 a 2 contra o Bragantino
  • Gol de Wanderson, em empate por 2 a 2 contra o Internacional
  • Gol de Jara, em vitória por 2 a 1 contra o Belgrano

Além de sofrer pouco, time aproveita bolas cruzadas no ataque. Oito dos 17 gols (47%) marcados na era Varini saíram de bolas cruzadas por cima. Outros quatro gols nesta conta também saíram de cruzamentos, só que por baixo. Varini comenta característica do elenco:

“Estamos fazendo muitos gols e chegando bem no último terço. Estamos preenchendo a área, o Christian é especialista nisso. Temos bons jogadores no cruzamento, como o Esquivel. É algo que o time se sente confortável, tem essa característica.”

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